Um pouco de história sobre cruzeiros marítimos
![]() |
Sala de estar do navio Prinzessin Victoria. |
O primeiro navio projetado exclusivamente para cruzeiros marítimos foi o Prinzessin Victoria, em 1900. Na primeira metade do século passado as viagens transtlânticas que duravam em média 4 dias empulsionaram o mercado e fizeram com que os fabricantes adicionassem luxo aos navios, sendo o Titanic o ápice da época.
Com a popularização da aviação ná decada de 60 as pessoas que necessitavam fazer viagens intercontinentais trocaram gradativamente os navios pelos aviões, levando as empresas de cruzeiro a uma forte crise. Após quase 10 anos de crise o mercado conseguiu reerguer-se apresentando os cruzeiros marítimos como uma opção de férias para a população dos Estados Unidos. Poucos anos depois o hábito de férias em cruzeiros popularizou-se em todo o planeta, aumentando cada vez mais a procura e atingindo diversas classes sociais.Os interiores de um navio de cruzeiro
Todas as operadoras de cruzeiros (MSC, Costa, Royal Caribbean, Carnival e outras) sabem muito bem quais os quesitos que um cruzeiro deve levar em consideração para satisfazer os desejos de seus passageiros: alimentação, atendimento, lazer, entretenimento, itinerário e conforto. Tão importante quanto estes itens citados são as instalações e os ambientes dos navios.Criar uma atmosfera agradável dentro do navio com ambientes bem projetados é em parte função do designer de interiores. E esta parte pode ser decisiva na satisfação final do passageiro com o cruzeiro e consequentemente com a operadora do mesmo.
Dentro de um navio destes você encontra milhares de cabines, gigantescas piscinas, dezenas de restaurantes e bares, cinema, teatro, cassino, lojas e tudo o que você possa imaginar em um complexo de diversão. No recém inaugurado Oasis of the Seas há inclusive um mini Central Park, um jardim com mais de 12 mil plantas e 56 árvores, algo incrível se levarmos em consideração que tudo isto esteja dentro de um navio!
![]() |
Cabine do navio MSC. Espaço otimizado ao máximo. |
Os navios projetados nos últimos 20 anos possuem em comum uma decoração extremamente luxuosa com muito brilho, cores, texturas, neon e obras de arte. A explicação para esta linha no design de interiores talvez possa ser explicada pelo fato da maioria das pessoas ligarem a palavra “cruzeiro” à palavra “luxo”. Por este e outros motivos as operadoras querem cada vez mais apresentar aos seus clientes produtos que excedam suas expectativas com decorações que nenhum passageiro possa imaginar. A intenção com este design não é transportar o passageiro apenas fisicamente para lugares exóticos e inesperados, é também para transportá-los mentalmente para um mundo de fantasia, um mundo encantado.
Falando na questão funcional um dos grandes desafios dos projetistas é criar ambientes que diminuam a sensação de claustrofobia dos passageiros. Na arquitetura do navio isto é feito principalmente com um átrio central bem aberto e arejado, aumentando a sensação de espaço interno. Já em outros espaços isto deve ser feito por meio do uso de cores e materiais corretos.
![]() |
Átrio central do navio Princess Grand Class. Design carregado com muito neon, texturas e afins. |
A complexidade de um projeto de interiores deste porte é algo realmente impressionante, além da parte estética que eu comentei, há também a questão funcional dos ambientes. As cabines são geralmente apertadas e o espaço deve ser o mais otimizado possível, corredores enormes devem ter uma largura mínima para casos de saída de emergência, revestimentos devem ser adequadas de acordo com cada ambiente e mais algumas centenas de detalhes.
Não vou entrar em questões técnicas até porque não tenho conhecimento avançado na área. A intenção deste post é apenas apresentar a todos que o design de interiores é algo mais amplo do que apresentado na grande maioria de escolas/faculdades do Brasil. Aproveito para deixar a seguir algumas sugestões de livros sobre o assunto. Infelizmente toda a bibliografia que encontrei está na língua inglesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário