quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Clássicos do design

     Grandes personalidades da historia da arte e do design são responsáveis por ditar moda no mundo dos objetos de desejo. As peças consideradas "clássicas" se tornaram ícones porque foram revolucionárias. Apesar de que hoje em dia, muita gente não sabe bem como diferenciar grandes clássicos do design - importados ou produzidos no Brasil - da cópia pirata. Cada dia que passa, os copiadores estão se aperfeiçoando na fabricação dos itens, e objetos muito exclusivos já passam a não ser tanto assim...
     A lei do domínio público permite que no segmento industrial os direitos - antes propriedade intelectual exclusivamente do autor - possam ser copiados livremente após 25 anos de registro feito no INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial, de acordo com a lei brasileira. O fato é que, se concebida fora do Brasil e não possuir registro aqui, uma peça pode ser copiada e o ato não é caracterizado como crime.

 Este é o motivo pelo qual vemos grandes clássicos como “The Egg” de Arne Jacobsen, “Diamond Chair “ de Harry Bertoia ou “ Phanton Chair “de VernerPhanton às pencas por aí. A polêmica vem de vários aspectos, mas os principais giram em torno da falta de informação das pessoas em torno deste assunto, do oportunismo comercial que faz com que apareçam milhões de cópias de baixa qualidade e a impossibilidade de se definir enfim, se um objeto como os que foram citados acima podem se encaixar nos limitados parâmetros industriais, uma vez que para muitos, peças como essas são mais que objetos: são obras de arte.No caso das obras de arte, está em vigor a Lei que diz que a peça só passa a ser de domínio público após 70 anos da morte do autor e no Brasil, o direito autoral proveniente de outro país é aceito normalmente pelo órgão correspondente ao do seu país de origem.
     Houve um episódio que fez com que muitas das peças das mais importantes do mundo permanecessem aqui. Pouca gente sabe mas o acervo de design do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, foi exposto no Brasil na década de 70 e não voltou mais.O retorno das peças foi impedido pela ditadura militar que dizia ser necessária a existência de nota fiscal e pagamento de impostos de importação, pois faziam referencia á peças de mobiliário e portanto, objetos - e não “obras de arte”.
     O MoMA propôs à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), núcleo organizador da exposição, a aquisição do acervo no intuito de acabar definitivamente com as discussões. "E foi o que a Fiesp fez", diz Ary Perez, curador e organizador da exposição "Segredos do Design", que percorre cidades brasileiras com o acervo original, agora da Fiesp.
     O impasse, que começou porque o governo brasileiro da época não entendeu o valor das peças de design, traduz a sensação que alguns fabricantes têm. "Os móveis que se tornaram clássicos são de confecção cara, quase artesanal. Mas como vendem bem, são muito copiados, muitas vezes comprometendo a qualidade e a ergonomia do móvel", diz a arquiteta e designer Silviane Nicolato.



    Entenda:
* Original - Peça feita pelas mãos do designer ou com acompanhamento próximo dele.
* Cópia - Reprodução do desenho original.
* Réplica- Igualzinha à original no desenho e nas especificações, mas sem o acesso ao memorial descritivo.
* Licenciado - Produto feito sob licença do detentor do direito autoral.
* Reedição - Edição comemorativa feita sob licença

     Para que você conheça melhor a história das mais fantásticas concepções do universo do Design, nós preparamos um dossiê com o que existe de melhor. Desta maneira, você fica mais atento aos clássicos que fazem o maior sucesso e não cai em golpes envolvendo o produto dos outros.
     Começaremos justamente contando um pouco da trajetória de sucesso dos produtos de Arne Jacobsen: As Poltronas The Egg e Swan e as cadeiras série 7, e Ant, que fazem parte de uma extensa lista de excelentes trabalhos.



     Arne Jacobsen nasceu em 1902 e foi um dos grandes nomes da arquitetura moderna dinamarquesa.Destacou-se como arquiteto, decorador, designer de mobiliário, têxtil e cerâmico. Inicialmente recebeu formação de pedreiro mas formou-se arquiteto em 1927 na Academia Real de Artes de Copenhagen,onde também lecionou a partir de 1956. Em 1925 ganhou uma medalha de prata em evento de design em Paris e mais tarde, em 1929 ganhou concorrência com a Casa do Futuro se tornando um líder expoente do Modernismo.


     Arne dirigiu seu estúdio de arquitetura entre 1930 até sua morte em 1971. Seus trabalhos carregam influências do funcionalismo e buscam um minimalismo proveniente da natureza. Sempre atento às novas correntes como o DeStijl e o trabalho de Le Corbusier ,chegou a freqüentar palestras na Bauhaus.
     De 1950 a 1952, Arne Jacobsen trabalhou com o também designer Verner Panton, que contribuiu para o design da legendária cadeira “The Ant” no final de 1951 provocando estranhamento ao ser lançada com apenas três pernas e sem braços. Pela primeira vez encosto e assento eram feitos em uma peça única de laminado.


Em 1955 a concluiu a “Série 7” – bela, sucinta, confortável e empilhável - tem o seu desenho reconhecido em qualquer parte do mundo. Foi usada para esconder a nudez de Christine Keeler, na foto de Lewis Morley ajudando a transformá-la numa das cadeiras de maior sucesso comercial de todos os tempos vendendo em torno de 5 milhões de exemplares.
Na área arquitetônica, projetou muitas casas particulares; Bellavista resort perto de Copenhaguen, o  St. Catherine’s College, Oxford (1964) e entre suas obras primas o Hotel Royal SAS em 1958, com arquitetura racionalista de traços retos e fortes em contraste com seu interior de formas orgânicas. Para esta obra não apenas desenhou o mobiliário como também toda a linha de tecidos, maçanetas, talheres, cristais, torneiras, entre outras peças. Foi então que surgiram os ícones “The Egg” e “The Swan” - cadeiras de poucos exemplares feitos exclusivamente para o lobby do hotel e que se encontram lá até hoje.
     Mais tarde, com o sucesso das cadeiras, a empresa dinamarquesa Fritz Hansen, que desenvolveu com Jacobsen a tecnologia de produção, passou a fabricar os móveis em série com a autorização do autor. A cadeira é considerada em seu país de origem uma obra de arte e tem uma fundação (Arne Jacobsen Foundation of Denmark), que cuida dos direitos autorais, sem nenhum registro de proteção industrial no Brasil. Aqui, somente uma empresa é registrada como representante da marca.

     Recentemente, a cadeira Ovo comemorou seus 50 anos e 999 cadeiras foram reeditadas em caráter especial pela empresa Fritz Hansen. Visite o hot site das Golden Eggs e se encante novamente: http://www.fritzhansen.com/fh/microsites/goldenegg/
     Como todo grande arquiteto, trabalhou com tudo o que envolvia estética - da casa ás peças de cozinha. Sua inspiração na natureza conseguiu criar um estilo limpo, funcional e elegante trazendo para o mundo incríveis idéias para inspirar muitas gerações.







Fontes: Forma, Fritz Hansen, Gazeta do povo, Salto afiado.

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